Olá, pessoal!

"Todo homem tem direito de pensar o que quiser, de desenhar, de pintar, de cantar, de compor, de escrever o que ele quiser." (Raul Seixas - editado)

Espero que gostem do que vão ler aqui!
Darei o meu máximo, não sei se sempre, mas farei o possível! :)

25 de março de 2011

Ora era, ora é.

Era como se ela tivesse o maior amor do mundo para dar, presentear, doar.
É como se ele se sentisse a única pessoa amada desse mundo. Melhor, a mais amada.
Era como se ele quisesse sair apenas com os amigos.
É o mesmo que ela se trancafiar dentro do quarto e não sair com ninguém, apenas com ele.
Era como se macarronada, comida que ela menos gosta, passasse a ter aquele gostinho de quero mais sempre que estava ao seu lado.
É como se o jogo de futebol de seu time do peito não o fizesse ao menos comprar uma camisa personalizada para ser usada. Isso ao lado dela.
Era como se ele entendesse que aquilo é apenas uma apreciação exagerada.
É como se ela não acordasse daquela ilusão.


E dentro de tantos "eras", é como se o acerbo não saísse da boca dele.
E dentro de um só "é", era como se ela não tivesse mais amor para ninguém. Ninguém.

Sequer para si própria.





(ana lívia)

19 de março de 2011

Apenas uma garota.

Sou apenas uma garota.
A qual queria sair com os amigos, como qualquer outra pessoa.
Queria tomar um sorvete com a família numa noite qualquer.
Ir ao cinema com o affair na seção das 9.
Perder noites sentada num banco ouvindo o grupo de amigos tocando um rock, um pop, ou, qualquer som que seja.
Sentar em frente ao PC às 23h, com os olhos arregalados e ao mesmo tempo frouxos de tanto comer após chegar de uma churrascaria, ou de um rodízio de pizzas até.
Sou uma garota, apenas. É o que me chamam mesmo. Ou xingam, não sei.
Uma garota que gostaria de fazer passeios para ranchos nos finais de semanas. Ir para uma cachoeira e beber até ficar prostrada dentro de uma barraca alheia. E tudo isso, sem se preocupar nas duas ou três noites passadas ali.
Queria sentir o amor dos meus pais. Aquele amor genuíno. De quem adora, idolatra, AMA. De quem quer o melhor. De quem dá broncas porque quer me ver forte num momento futuro. De quem ignora o choro quando vê que é apenas charme. De quem distingue quando é charme e quando não é. Que quando dão o colo porque também estão carentes.
Queria ter um marido. E filhos. Sem tirar nem por. Sem medo de problemas. Sem medo dos problemas. Crescer com eles, aprender com todos eles. Ensinar também. Chorar e perceber quando o filho está fazendo charme e quando, realmente, sente dor. Dor, seja ela física ou não.
Uma garota que sonha. Sim, sou eu.
Uma garota que acredita. Não sei.
Uma garota que conseguirá. Não. Definitivamente, não.
Baixa auto-estima é foda! Ela faz surgir obstáculos jamais visto. Impecílios grandes.
E tudo isso eu consegui a partir de nada. A partir da falta de amor dos meus pais. Da falta de vontade de querer ser diferente. De ser outra. Não, não outra garota.
Afinal, a gente só serve para satisfazer a vontade alheia. Aquela vontade que se resolve com 50, 100 reais, dependendo da garota.
É, sou conformada, afinal, sou apenas uma garota.



(ana lívia)

17 de março de 2011

Other Way. Other war.

Estava prestes a ouvir um som bom de Jack Johnson, mas ela não sabia. Nem ao menos ele sabia.
Sentados naquele lugar, sem muito papo. Sem aquele blá blá blá sobre o que fez durante o dia. Sem aquele assunto de como o time de futebol dele estava. Nem de política, cultura, ou coisa parecida. Nada de clichê. De injeção. Isso, aquela injeção de conversa maçante, de mesmice. Nem seus olhares rumavam a algo. Nem os pensamentos atreviam a vagar-se pelo saguão.
Pessoas descendo e subindo no seu condomínio e ela sequer levantava a sobrancelha para um cumprimento qualquer.
Foi quando um carro estacionou por ali. O som alto. Uma música desconhecida, com uma batida anestesiante. E foi quando No Other Way soou em seus ouvidos.
Foi como um chá! Foi como uma injeção de ânimo, propriamente dita. É. Isso mesmo que eles falam, injeção de ânimo.
Olharam entre si. Sem nem pensar na consequência. Partiram para um abraço. O abraço. Os dois, concomitantemente.
E para acabar com a confusão que o próprio compositor cita nos primeiros versos. Ele a beija. Ela apenas corresponde. E isso foi muito. Foi suficiente.
- Ahn? Você disse algo?
- Eu disse?
- Eu também.
- O que?
- Também te amo. Muito.
- (...)
- Boa noite, até amanhã.
Aqueles passos pesados e lentos acabara com aquele sentimento de voar. Aquela leveza de estar à beira de um precipício, sentada, olhando algum bando de pássaros voando.
Foi como se ela caísse desse precipício. Foi como se ela não esperasse que aquela música tocasse. Que ela parasse de tocar. Justamente aquela. Justamente naquele momento.



(ana lívia)



Nuperpublicado. Observado.

E mal ela sabia, estava sendo observada por alguém.
E mal ela entendia o porquê de ainda estar prostrada naquele banco de praça.
E muito ela acreditava que sairia dali bem mais a vontade com a vida, bem mais com vontade de viver.

O banco continuava o mesmo. O pessimismo ainda a perseguia. Sentado. Do seu lado.
E ela mal sabia que aquele estado em que se encontrava, o máximo que lhe aconteceria era continuar sendo observada. Aquilo tudo era apenas uma força. A força de vontade. De continuar ali, sentada, prostrada.

Enfim, observada por alguém.



(ana lívia)