Olá, pessoal!

"Todo homem tem direito de pensar o que quiser, de desenhar, de pintar, de cantar, de compor, de escrever o que ele quiser." (Raul Seixas - editado)

Espero que gostem do que vão ler aqui!
Darei o meu máximo, não sei se sempre, mas farei o possível! :)

22 de novembro de 2010

Daltonismo entre o gelo e o cinza.

 E o tom gelo do teto do meu quarto dá espaço para uma multidão de pensamentos.

Uma incessante vontade de deixar tudo e mudar de vida, de destino. Mudar o destino?
Aquela vontade de ir numa vendinha ao lado, me empanturrar de chocolate e sair satisfeita sem o medo da celulite aparecer em alguma parte do meu corpo.
Aquele medo de sair pelas ruas e encontrar mais uma daquelas crianças que passam fome pedindo aquelas moedinhas. As tão chamadas “esmolinhas”.
Uma vontade de ser homem. De não se preocupar com a marca que o varal deixa na camiseta ou, talvez, se a barba está feita ou não. Se o sapato se adéqua ao momento ou se ele está precisando de um pano com apenas uma agüinha.
E me pego preenchida daquele sentimento de querer estar sozinha no mundo. De fazer tudo que gosto, quando quiser e ir onde eu sempre sonhei. Sem se preocupar com nada. Nem ninguém.
E sem perceber já mudo meu pensamento praquela tigela com açaí, de 500ml. Com alguns adicionais, como a granola, a paçoca e a banana picadinha em rodelas. Me preenche, se muito e muito, claro!
E quando sinto a disposição em mim, lembro-me daqueles aparelhos na academia. Daquele ar de saúde do ambiente. Daquelas pessoas, na maioria, com papos interessantes e convincentes. E aquela vontade apenas passa.
Passa, além do mais, quando toca-se na porta pedindo para entrar. E aquela voz soa como receber um pisão no meio do pé com aquele salto fino.
- Posso entrar para conversarmos?
A vontade de dizer um NÃO arrebata! Mas para ela não. Essa pessoa merece, no mínimo, meus ouvidos.
- Sim, claro. Entre...

E o máximo que faço, é continuar olhando para o teto com aquele tom cinza e pensar, novamente, em novas besteiras cotidianas.




(ana lívia)

21 de novembro de 2010

Post de agradecimento.


Sim, eu confesso que estou bastante ausente. Mas não quero produzir algo que não valha a pena ler. Ou, que eu ao menos veja como tal.



Mas esse post será decicado, essencialmente, ao Jefferson Pita dono do Eu, você e o mundo., e também a Luce Mattos responsável pelo Comentários Desconcertantes, os quais me indicaram ao Prêmio Dardos. 


Vale a pena conferir o blog deles, galera!




Além dos dois, quero agradecer à Mayara que atualiza sempre o Recordando Palavras que me repassou um questionário a ser respondido posteriormente. O blog dela é ótimo e sempre deixa aquele gostinho de quero mais. Confiram!
Gostava de questionários quando tinha meus 12, 13 anos. Hoje, não me encontro muito dentro deles. Aí está o meu, com algumas perguntas abrangentes, mas que não tiram de mim muitas palavras.



1 - O que te levou a criar um blog? 

Ele foi criado para que eu pudesse me expressar, desabafar, melhor dizendo. E através dos contos aqui escritos, eu consigo isso. De forma discreta, mas objetiva.

2 - O que tira você do sério? 

Cinismo.

3 - Você tem alguma mania ou vício?

Mania de internet e de chocolate, mas pretendo(preciso) perdê-los, urgentemente.

4 - Qual a sua melhor lembrança?

Não existe a melhor, já que valoriza vários momentos simples, pessoas, e afins. Mas uma lembrança boa foi de quando vi meu nome na lista de aprovados para a faculdade. De quando vi meu pai chorar ao ver minha felicidade de ter ganhado um celular de aniversário. O qual estava dentro do meu bolo de 15 anos. Do período de transição entre saber que teria um filho e de sentir essa dimensão.

5 - Qual o seu maior sonho? 

Ser independente financeiramente e viajar, viajar e viajar. Sem ao menos me preocupar com o que encontrarei ao voltar.

6 - Se fosse um dinossauro, como se chamaria? 

Não tenho resposta para isso, haha!

7 - Qual personagem da sua infância gostaria de ser?

Personagem eu posso dizer que era a Sandy. Achava a voz dela linda e as músicas apaixonantes. o.O
Mas eu sonhava mesmo em ser atriz.

8 - Cite uma peça que não pode faltar no seu guarda-roupas e uma que jamais usaria.

Uma calça jeans não pode faltar e um blaser com ombreira jamais você encontrará nele.

9 - Um lugar que ama.

Minha casa ou qualquer praia com poucas pessoas, se possível, vazia.

10 - Que filme você amou e recomenda?

Sou péssima nisso. Mas o último que assisti e que gostei se chama “Refém do silêncio”, muito bom. Outros que indicaria “Tomates Verdes e Fritos” e “Doze homens e Uma sentença”.

11 - Qual último livro que você leu? 

É vergonhoso, mas isso aconteceu há tanto tempo que nem me arrisco a dizer, haha!

12 - Qual palavra te define? 

Autenticidade. 



(ana lívia)

13 de novembro de 2010

Apenas um conto.

Era uma tarde chuvosa e o meu celular implorava atenção. Me pedia para que atendesse. “Caramba, eu sentirei muito a sua falta! Não vou atender. Não, hoje não!”
Era a única coisa que ela pensava em seu quarto minúsculo. 
E o toque daquele aparelho mudara. Apenas um bip. Apenas uma mensagem.
“Eu preciso de você. Venha, eu te peço, novamente! Ass: seu amor.”
Chave do carro nas mãos. Carteira na bolsa e a bolsa no ombro. As chaves de casa a tomaria tempo demais ao procurá-las. 
E aquele sótão não era mais o mesmo. Solitário.

E lá se foi.
Aquele olhar inesperado de dor. Ela sentia que ele não queria, que doía. Mas era insegura. Pensava que ele pouco importava.
Aquele olhar de tristeza. Irrigado de lágrimas fez com que ela soltasse aquele abraço que tanto queria dar. E deu!
- Vamos?
- Sim, claro. – ela o respondeu.
Soou em tom tão baixinho de voz que ele a olhou, levantou a sobrancelha como uma forma de reafirmar a pergunta.
Ela deu aquela piscada cansada. Demorada. Triste. A qual apenas confirmava o convite.
No carro, lágrimas e sussurros. Aquele sussurro de dor. Era quase impossível segurar aquela vontade de gritar para o mundo. Mas nós conseguimos. Além da chuva batendo no vidro do carro, só se ouvia a dor.
Estação e aquela voz anunciando os horários do trem nos apunhalavam. Uma voz pausada e agonizante.
Caminhamos até a porta do trem. Ele com aquela mochila antiga. E linda. Mas, velha. Seu all star preto e básico já molhado. Seu jeans cobrindo além da meia, o cadarço e também a imundice dos seus passos. Camiseta branca com um desenho qualquer. Não me atentei aos pequenos detalhes.
Meu guarda-chuva nos cobria. Só a metade do corpo mesmo. Mas nós nem importávamos.
Não sei se era impressão, mas o céu tendia a escurecer. A cada passo estreito, rumo ao trem, uma nuvem a mais aparecia ainda mais carregada. De lágrimas, talvez.
Aquela despedida foi a pior de todas. Aquele silêncio foi o mais doído. Aquela perda foi a pior de todos os tempos.
E quem sabe, se eu tivesse resistido àquela mensagem tudo poderia estar diferente.
E tudo seria diferente. Até mesmo o final e a moral desse conto.




(ana lívia)

10 de novembro de 2010

E o medo.

Foi tão de repente. Inexplicavelmente e depois do beijo ele se vira e caminha. Ele se vai. Foi-se. E o amargo no peito adocicava minha boca. Era aquela vontade louca de correr e dizer “Não! Fica mais um pouco?”. Era um pedido que insistiu em permanecer na mente por um bom tempo. Mas me contive.
E o medo que senti naquele momento bagunçou tudo. Foi uma mistura de sentimentos. Quase que com a ajuda de um liquidificador. Mas, eu digo, quase!
Um sentimento ruim, mas que me revitalizava. Tinha vontade de ser sempre melhor que antes. Sempre mais disposta que o minuto anterior. Mais dedicada do que na tarefa anterior. Mais feliz. A cada dia. Muito mais feliz, a cada dia.
Uma humilde despedida. Um simples beijo. Aquele eterno abraço. Hum! Longo! Abraço. Eterno. Uma pessoa. Várias qualidades. Alguns defeitos. Muitos, eu sei. Mas são irrelevantes. Ao menos para mim, claro.
E aquele medo atrapalhou tudo. Meus planos e conquistas. Meus gostos e minhas escolhas. Meus prazeres e até mesmo meu sossego. Minha alegria e, juntamente, minhas tristezas.
Mas passou. Foi por um momento. Foi tão de repente.

E agora, eu só tenho medo de sentir, justamente, aquele medo.

1 de novembro de 2010

(parte 3 de 3)

Entre trancos e barrancos ela se esforçava para se manter acordada. Era mais forte que ela. Deveria ter bebido muito. Estava cansada, com sono. Afinal, seu dia havia sido o famoso ‘dia de cão’.
Ela relaxa e adormece. Talvez ele sentiria raiva dela. Poderiam curtir mais a noite. Mas não, ela era fraca. O momento que poderia ser um dos melhores entre eles, passaria em branco. E então, ela relaxa. E adormece.
Com o estômago pesado, o corpo doendo e a consciência ardendo ela despertava. Sono profundo. E lá estava ele. Do seu lado. Já eram 2h da tarde e ele respirava fundo. E ela já o amava. Idolatrava. Como poderia ser tão rápido?
- Ah, é o amor! – ela pensara em voz alta.
- Hum? – ele pergunta virando seu corpo para ela.
Assustada! Ela não podia desesperar. Ele não podia notar. Ela não podia gritar. Ele podia maltratá-la.
Seus olhos escuros e tenebrosos a causava medo. Seu corpo representando sua idade a enojava. Cinquentão? Não, ela tinha certeza que era mais do que aquilo!
Caramba, ela tinha apenas 19 anos e estava deitada com o ‘príncipe’ da sua vida! Ele era como um sapo, de tão baixo e gordo.
- Acho que vou embora. Preciso resolver um probleminha lá em casa. Mas, me passa seu celular? – ela queria que ele acreditasse que estava tranqüila.
- Não, linda. Por que a pressa?
- Preciso ir.
Procurou sua roupa e lá estava ele. Seu vestidinho jogado ao chão. Levantou, vestiu-se e pegou suas chaves.
Tchau, era única coisa que ela queria dizer. Adeus, era a única coisa que ela queria ouvir.
Mas não, ele foi atrevido. Quis dizer mais. Ele disse mais.
- Achei que tinha gostado da gente. Meu amigo foi buscar um café para nós. Não quer esperar? Ele gostou tanto de ter transado com você. Eu também, claro. Sem chances de um ‘bis’?
A risada que ele soltou depois de ter dito isso a desmoronou.
Como isso pôde acontecer?
Como ela não teria se dado conta de que estava em uma casa desconhecida?
O que pudera ter acontecido além de ter transado com os dois?
Seu caminho para a casa foi amargo. Amargurado por uma noite ‘perfeita’. Ou melhor, uma noite quase perfeita. Talvez seu vestidinho não fizera o sucesso que ela esperava. Pode ser que ela mude de atitudes ao sair de casa. Possivelmente ela deixaria de sair por um bom tempo. E seu gosto pela tequila, provavelmente, acabaria.
Isso porque ela não sabia que precisaria tanto do número do celular de um deles. O qual? Ela não sabia. Ela não imaginaria.


Sua faculdade estava pelos ares. Seu estágio também, consequentemente. Ela tinha apenas 19 e queria fazer tudo que uma universitária faz. Mas aconteceu tudo que alguma universitária não viveu. Ao menos que ela conhecia, não.
Afinal, enfrentar uma gravidez sozinha seria um tanto quanto difícil para ela.


                                                        FIM!

(ana lívia)

Observações:
- Pessoal, eu fiz um Twitter pra mim. Estou olhando, aos poucos, os donos dos blog's que possuem e estou seguindo. Se alguém tiver, me dê um alô. :)
- Perdão pela minha ausência, tanto no blog de vocês, quanto no meu!
- E quero agradecer a todos que passam aqui frequentemente! :)