Olá, pessoal!

"Todo homem tem direito de pensar o que quiser, de desenhar, de pintar, de cantar, de compor, de escrever o que ele quiser." (Raul Seixas - editado)

Espero que gostem do que vão ler aqui!
Darei o meu máximo, não sei se sempre, mas farei o possível! :)

29 de outubro de 2010

 (parte 2 de 3)
 
De porta em porta e o carro ia enchendo. As meninas do trabalho as encontrariam na porta da boate. Um lugarzinho bem comum entre elas. Separadas ou não, elas sempre acabavam indo pra lá.
Na fila, bastante gente bonita. Moços simpáticos, meninas elegantes e o som que vinha de dentro as deixavam ainda mais eufóricas. E na porta da bilheteria elas recebem a surpresa de que mulher beberia até 1h da manhã sem pagar nada. Aquilo era magnífico! Ela sorria por fora, mas gargalhava por dentro. Aquela noite seria A noite!
Primeiros passos que deram foram direcionados ao balcão. 
 

- Uma dose de tequila, garçom, por favor!
- Duas!
- Três!
- Não, uma para cada. Cinco doses, obrigada!




E papeavam enquanto o garçom preparava suas doses.
Ela se sentia tão bem. Tão feliz. E o seu vestidinho fazia sucesso. Todos a olhavam com aquele olhar de “parabéns, você está linda!”.
Noite adentro. Bebida também adentro e lá estavam elas. Cada uma mais alegre do que a outra. Elas gostavam de tequila.
 Ela já não sabia o que fazia mais. Sua prima havia ido embora. Estava com dor de cabeça. As colegas de estágio estavam sentadas no barzinho que tinha dentro mesmo da boate conversando com dois rapazes e outra amiga delas. Sua melhor amiga estava do seu lado, sempre! Conversando com um rapaz. Ela ia beijar, tinha certeza disso!
E o cara do seu lado insistia em servi-la, mas não, ela não aceitava. Claro!
E o papo foi ficando bom e ela foi adquirindo confiança. E o tempo ia passando e ela não via o quanto a tequila te fazia bem. A essa altura a bebida já passaria a ser cobrada em sua comanda. E como uma gentileza tremenda, ele se oferece a pagar. Ela se sente envergonhada. Insiste, mas ele não desistiu.
E na hora de ir embora, todas divididas. Cada uma para um canto. Todas com sorte! As que passaram a noite conversando no barzinho seriam levadas pelos seus respectivos companheiros. Duas pessoas com caráter invejável. Desejável. Estavam em boas mãos. Eles as deixaram na porta do condomínio das duas e foram embora.
A sua melhor amiga, a que ela tinha certeza que beijaria o cara, havia ido embora de táxi. Ela imaginava, afinal, ela não estava mais ao seu lado. Como sempre!
Não percebeu quando já estava na fila para pagar a conta. Seu dinheiro nem se mexeu. Intacto. Fato. Claro, com aquela companhia, né?
Rumo ao seu carro e sem nem entender ela estava sentada no banco do passageiro. Ele, lindo e inteligente, de motorista. Sua simpatia a convencia de que ela estava em boas mãos.
Sua noite foi um sucesso! Seu vestidinho arrasou! Valeu a pena ter o procurado tanto.
Ela só ria. Tudo que ele falava ela ria. Tudo que ele fazia, ela ria. E até mesmo tudo que ele pensava, ela ria! Ela arriscava dizer alguns de seus pensamentos. Estava uma cena leve e engraçada. Tranqüila e agradável. Para ele e ela, claro!
O carro foi estacionado e ela nem se dava conta de onde estava. Foi deixada em uma cama. Sentia-se uma princesa. Confortável aquele lugar. Um ambiente bastante agradável. Ainda mais com aquela música romântica ao fundo depois de uma balada daquelas.
Era tudo que ela precisava. Um pouco de tequila, uma companhia bacana, um lugar agradabilíssimo e um som que a acalmasse.


(ana lívia)

25 de outubro de 2010

Uma dose de tequila, por favor!

Era como uma semana qualquer. Era uma sexta-feira como as outras. E a vontade de vestir aquele vestidinho, passar aquele batom que ela tanto adorava e dar o toque final com os acessórios, fervia por dentro. O som, no último! Era como um alimento para a alma. Era como a energia para o próprio corpo.
O dia bastante conturbado. Estudos, apresentações de trabalho que a nota lhe aprovaria no ano, estágio e tudo mais. Tudo que uma universitária vivia. Tudo que alguma universitária não viveu.
O seu telefone? Era o objeto que mais lhe acompanhava. Às 4h da tarde ligava para uma, se ela não podia a outra já estava de próxima. Às vezes surgia algum amigo no meio, mas só aqueles que ela sabia que não ia fazer aquela típica rodinha de festa. Onde todos conversam gritando, dançam apertado e bebem desgovernados. Ela só queria uma companhia até a balada. O resto deixava com ela. Era dona de cuidar do recado.
O guarda-roupa se abre e oferece algumas peças, as quais não lhe convinham no dia. Ela queria aquele vestidinho. Calças sendo experimentadas, mas que já avisavam antes mesmo de serem vestidas. "Não vai ficar bom". Mas ela insistia, afinal, onde estaria o vestidinho?
O telefone a interrompe e mais uma amiga confirma a presença. Estava tudo tão perfeito. Sua melhor amiga iria. Sua prima distante ficara de confirmar. E duas colegas de faculdade confirmaram. Fechado! A noite seria perfeita.
Cada uma tomaria um rumo. Cada uma teria seu destino, perfeitamente, direcionado. Se iriam terminar a noite sozinhas, não teria problema algum. O que as interessavam era a festa, as pessoas. O momento.
De volta ao seu estilista, ela pega uma camisete. Isso, daquelas mais compridas que daria para ela usar sem calça mesmo, ou short, ou saia. Só de meia. Ou, sem meia até. Vestiu, se sentiu bem. Mas não gostou.
Resolveu insistir naquele vestidinho que ela sempre tinha vontade de usar, mas que nunca tinha coragem de sair. Lindo! Maravilhosamente lindo! Provocante e delicado. Sensual e justo. Justo ao corpo e justo à sua vontade daquele dia.
9h da noite e ela já havia tomado seu banho, escovado seu cabelo e passado seu óleo pós-banho. Sim, aquele que deixa a pele com um cheirinho agradável e suave durante um bom tempo do dia. No caso, da noite. Ela se mostrava quase pronta.
Ligou para as meninas e combinaram a hora.
- Ok! Passo às 10h então!
- Quer algo emprestado?
- Não, tá tudo tranqüilo. Te dou um toque quando estiver na porta do seu prédio.
Correu para o espelho do banheiro. Ele era o maior da casa. Ela não percebia, mas ele a deixava muito mais bonita. Talvez seriam os olhos mesmo. É, até os olhos brilhavam mais.
A maquiagem estava a ser feita. Bem delicada. Uma sombra com gliter. Um lápis contornando os olhos. Nos cílios, apenas umas máscara incolor. Queria só alongá-los. E conseguiu! Maçãs do rosto pouco rosadas e o batom que ela tanto adorava. Se vestiu. A cor do tecido era rosa. Aquele rosa quase branco, clarinho. Sua pele clara com os cabelos negros combinavam com o charme que ela conseguia esbanjar sempre.
Salto alto nos pés, borrifadas de perfume pelo corpo (preferia nos pulsos e no pescoço),  bolsa em uma mão e chaves do carro em outra. O salto da sandália encontrando com os degraus da escada a deixava ainda mais ansiosa.

(continua - parter 1 de 3)

(ana lívia)

15 de outubro de 2010

Um incidente. Acidentalmente.

E aquela parede que ela mesma havia pintado estava em tons cinza. Quase um preto e branco. Mas antes, era verde, azul, tinha até a cor da laranja, do sol e até mesmo do amor. Aquele vermelho paixão. Era, simplesmente, apaixonada!
A vida construiu nela uma pessoa maravilhosa. Uma energia contagiante. Uma surpresa a cada instante, sempre.
E o quadro da bailarina na posição arabesco. Isso, naquela famooosa posição só a deixava ver duas sapatilhas. Cruzadas. Como se estivessem cansadas de ficar nas pontinhas. No chão. Jogadas.
Aquelas taças de porcelanas ganhadas no último aniversário já não tinham mais o mesmo significado. Uma dizia “Bom dia!”. Era horrível deparar com aquilo e saber que ela dizia o contrário. Grande realidade. Surpreendente realidade. Real. A tristeza. A idade, talvez.
A de “Boa noite!” era agradabilíssima. Sim. Infelizmente, apenas quando tinha suas gotinhas para adormecer. Hum, uma delícia. Nem via. Dormia.
Seus cadernos jogados sobre a escrivaninha, fazendo companhia para a luminária que havia herdado do pai. Um incentivo aos estudos? Talvez. (Óbvio.). Alguns testes e alguns borrões de vermelho representando o seu fracasso nos últimos tempos.
A janela entreaberta e o vento a intrigando. Chamando-a para correr e percorrer o mundo lá fora. O seu mundo. Antigo mundo.
O celular, aquele recém-lançado, já não tinha mais a mesma serventia. Encontrava-se desligado. Para que esperar por algo que não virá?
E o pessimismo sempre a acompanhando.
A única coisa que ela percebia era que seu travesseiro estava sendo seu melhor companheiro. Afinal, o que antes ocupava esse lugar já não pertence mais a esse mundo. Essa realidade.
Ela sofre. Mas ela é orgulhosa. Ela o entendeu. Mas ela o queria de volta. O abraço forte. A risada cínica dele. A caminhada no parque todos os dias e a discussão pelo celular quase todo fim de semana. Ela adorava um barzinho alternativo e, para ele, um violão, seu cigarro e sua amada eram suas melhores companhias.
Ele cansou. Ela o entendeu. Mas ela o queria de volta.
Aquela energia que ela passava já ficara no passado. E talvez, sem intenção alguma para recuperá-la ela teria todos os motivos para retomá-la.
Bem que sua mãe dizia, “O balé te faz bem, filha.”. Bem que ela poderia ter continuado. Aquele quadro esperava pelo próximo espetáculo. E aquele quadro foi a única coisa que restou de seu maior sonho. Não sabia o quão importante se sentia naquele palco. Aquele o qual não a pertencia mais. Não sabia o quão destruidor seria aquele acidente. Incidente.
E aquele quarto escuro, com tons cinza era o único lugar em que ela se encontrava.
E aqueles olhos tristes, sem brilho, era a única coisa que a impedia de ver a sua nova realidade. Triste ou não, ela era real. A idade? Talvez.




(ana lívia)


Só um PS: Eu gostaria de agradecer o Luiz Eduardo que me presenteou também com o selo da última postagem. Ele é dono do A longa estrada..., lá ele deixa alguns textos, textos breves, mas que possuem um significado muito grande para quem se atenta aos detalhes. 
Vale a pena conferir. E mais uma vez, OBRIGADA Luiz Eduardo, de verdade! :)

7 de outubro de 2010

Presente: "Tu Blog es como una flor en primavera"

Muito lisonjeada, muito mesmo, eu agradeço à Vivian Mont'Alverne dona do Blog Vai um cafezinho?. Hoje, ela me presentou com o meu segundo selo.
Uma pessoa que é fascinada por arte. Além de acreditar no amor, ela também acredita nas pessoas. Ama chocolate e deixa com que o sentimento tome conta de si. Uma pessoa que, além de tudo, é sonhadora!
No seu blog ela não aborda apenas um assunto. Ela trata de acontecimentos que passou, de cenas que viu, ou de palavras que ouviu. Seus textos possuem uma variedade imensa. Vale a pena conferir! :)

Para seguir nessa corrente, preciso listar 10 coisas que amo e presentear 11 Blogs com esse selo, então, aí estão:

1. Meu filho
2. Pais
3. Chocolate
4. Amigos
5. Viajar
6. Independência
7. Conhecimento
8. Meu curso (Administração)
9. Vida
10. Domir.

Os blogs:

Estilo Distinto
O mistério da inconstância
Suporte da Mente 
Ego
: .. Beginning .. :
Cantinho da Matemática
Estragando com tudo
O pior Blog de todos
Pnesamentos By Nathy
Pescando na Lua
Thought of a girl :)

E para esclarecer, principalmente, aos homens, não quero que vocês pensem que estou chamando o Blog de vocês de femininos, haha!
É que eu preciso repassar o selo pra 11 pessoas e acho que vocês merecem! :)

Um beijo turma! E até o próximo post! :)

5 de outubro de 2010

Uma troca em fatos reais.

"Querido, sinto tanto a sua falta hoje. Sinto tanta vontade de te abraçar. O seu beijo me deixa uma lacuna. A sua presença me deixa em falta."

Aquele inverno insistia em continuar. Nebuloso. Amedrontador.
Aquela sua ausência me provocava uma angústia imensa. E a única coisa que eu queria era te escrever esse simples verso. Ou melhor, você recebê-lo. E um ‘perdão’ como ponto final, claro.
Afinal, quem teria sido o culpado naquela noite?
Quem seria o irresponsável daquela noite?
Uma noite de verão e a única coisa que você queria fazer era assistir um filme ao meu lado. Lembro-me bem do nome: “A igualdade é branca”. A curiosidade foi tanta, que depois eu o aluguei e assisti. Um pouco sem sentido o seu desfecho, embora merecedor.
Mas naquela noite, eu implorei, supliquei para irmos àquele cover. Adorava a bandinha que ia tocar. Curtia o som, embora você não. E ainda conhecia o dono do bar. Aquele que te pagou algumas doses daquela bebida. Maldita bebida!
E dentre tanta insistências, promessas e julgamentos, lá estávamos nós, no barzinho.
Lembro-me que chegamos às 8 da noite. Alguns minutos depois sentou do lado aquele grupo de amigos. Bando de idiotas!
Eu sabia que você não deveria dar ouvido a eles. 
Eu percebia que o clima estava ficando pesado e que a música perdia seu sabor. 
A porção de batata já se esfriava. 
E a angústia no meu peito fervia, crescia. 
Eu sabia que você não deveria ter se levantado.
Não consigo tirar aquela imagem de você sendo jogado ao chão e se matando para tentar se salvar. Aquilo me machucava. E a única coisa que eu conseguia fazer era gritar, pedindo ajuda. Não consegui. 
Foram alguns minutos que ficaram guardados e fincados no meu peito. Como um punhal mesmo. Rasgando. Ferindo.
Foi até que você mudou toda aquela cena. Uma pena!
E hoje, eu só queria que você não tivesse dado ouvido a eles. Eu torceria para que o Sr. Carlos não estivesse lá (sim, o dono do bar. Ou melhor, o patrocinador). Eu pensaria duas vezes antes de abrir mão de um filme, ou até mesmo de um sofá da sala com você, para ir ver o melhor cover. Ou melhor, pior.
Eu só queria que você não tivesse apertado o gatilho. Muito menos coragem de carregar uma arma consigo.
Eu pediria aos céus que a vítima não fosse ele. E que você não estivesse sofrendo tanto dentro dessa prisão maldita. Não, não por perder algum tempo aí dentro. Mas sim, por perder seu irmão. Único irmão. Tão protetor. Tão presente. Infelizmente!
E espero que seu irmão me perdoe. A rosa que eu o daria ainda está aqui, nas minhas mãos. Seca e morta. Vermelha, mas sem brilho.
E espero que seu irmão nos perdoe. Qualquer filme no sofá da sala teria sido melhor do que esse, em fatos reais.

(ana lívia)