Olá, pessoal!

"Todo homem tem direito de pensar o que quiser, de desenhar, de pintar, de cantar, de compor, de escrever o que ele quiser." (Raul Seixas - editado)

Espero que gostem do que vão ler aqui!
Darei o meu máximo, não sei se sempre, mas farei o possível! :)

5 de outubro de 2010

Uma troca em fatos reais.

"Querido, sinto tanto a sua falta hoje. Sinto tanta vontade de te abraçar. O seu beijo me deixa uma lacuna. A sua presença me deixa em falta."

Aquele inverno insistia em continuar. Nebuloso. Amedrontador.
Aquela sua ausência me provocava uma angústia imensa. E a única coisa que eu queria era te escrever esse simples verso. Ou melhor, você recebê-lo. E um ‘perdão’ como ponto final, claro.
Afinal, quem teria sido o culpado naquela noite?
Quem seria o irresponsável daquela noite?
Uma noite de verão e a única coisa que você queria fazer era assistir um filme ao meu lado. Lembro-me bem do nome: “A igualdade é branca”. A curiosidade foi tanta, que depois eu o aluguei e assisti. Um pouco sem sentido o seu desfecho, embora merecedor.
Mas naquela noite, eu implorei, supliquei para irmos àquele cover. Adorava a bandinha que ia tocar. Curtia o som, embora você não. E ainda conhecia o dono do bar. Aquele que te pagou algumas doses daquela bebida. Maldita bebida!
E dentre tanta insistências, promessas e julgamentos, lá estávamos nós, no barzinho.
Lembro-me que chegamos às 8 da noite. Alguns minutos depois sentou do lado aquele grupo de amigos. Bando de idiotas!
Eu sabia que você não deveria dar ouvido a eles. 
Eu percebia que o clima estava ficando pesado e que a música perdia seu sabor. 
A porção de batata já se esfriava. 
E a angústia no meu peito fervia, crescia. 
Eu sabia que você não deveria ter se levantado.
Não consigo tirar aquela imagem de você sendo jogado ao chão e se matando para tentar se salvar. Aquilo me machucava. E a única coisa que eu conseguia fazer era gritar, pedindo ajuda. Não consegui. 
Foram alguns minutos que ficaram guardados e fincados no meu peito. Como um punhal mesmo. Rasgando. Ferindo.
Foi até que você mudou toda aquela cena. Uma pena!
E hoje, eu só queria que você não tivesse dado ouvido a eles. Eu torceria para que o Sr. Carlos não estivesse lá (sim, o dono do bar. Ou melhor, o patrocinador). Eu pensaria duas vezes antes de abrir mão de um filme, ou até mesmo de um sofá da sala com você, para ir ver o melhor cover. Ou melhor, pior.
Eu só queria que você não tivesse apertado o gatilho. Muito menos coragem de carregar uma arma consigo.
Eu pediria aos céus que a vítima não fosse ele. E que você não estivesse sofrendo tanto dentro dessa prisão maldita. Não, não por perder algum tempo aí dentro. Mas sim, por perder seu irmão. Único irmão. Tão protetor. Tão presente. Infelizmente!
E espero que seu irmão me perdoe. A rosa que eu o daria ainda está aqui, nas minhas mãos. Seca e morta. Vermelha, mas sem brilho.
E espero que seu irmão nos perdoe. Qualquer filme no sofá da sala teria sido melhor do que esse, em fatos reais.

(ana lívia)

6 comentários:

  1. Meu Deus, quanto suspense...quase dei um troço pra saber o final. História comovente,impressionantemente triste. É talento demais mulher. Parabéns...

    Tua fã!

    bjO

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  2. É muito boa a forma como tu relata acontecimentos(infelizmente)reais.
    É ridiculo como hoje qualquer briguinha já vira um cénario de horror.Tanto homem por ai se achando "homem" suficiente para partir pra cima ou até mesmo tirar a vida do outro.
    Abraço.

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  3. Ana, tu ja pensou num futuro proximo ou nao, em pegar esses contos e transformar num livro?

    Sei que é meio caro pra quem ta começando, pra acho q valeria a pena pelo menos pensar na ideia. Tem alguns sites que incentivam e tal.

    Bom texto, um tanto triste. Mas com um final bem escrito. hoje em dia, meia duzia de garrafas e uma discussão sobre futebol ou politica ou qlker assunto ja vira motivo de bancadaria ou risco de "morte". Uma merda.

    Parabens pelo texto!

    Bjs

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  4. Ah, adoro tudo o que você escreve!
    Tem um selinho para você no meu blog!
    Um beijo

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  5. Otimo texto (como sempre)! :)
    E concordo com a ideia do livro no comentário três!
    Parabéns mais uma vez...

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  6. Lendo, achei que era um trecho de um dos livros do Stephen King... mas depois vi que era um trecho de Ana Livia \o/
    Viu? Foi isso que eu disse... sua escrita nunca fica medíocre, sempre é uma riqueza de detalhes grande... tão grande que fica visual. Agente projeta o que você escreve!
    É, é... todo mundo só tem que te elogiar mesmo ;)
    xD

    bjaum!


    www.suportedamente.blogspot.com

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