Olá, pessoal!

"Todo homem tem direito de pensar o que quiser, de desenhar, de pintar, de cantar, de compor, de escrever o que ele quiser." (Raul Seixas - editado)

Espero que gostem do que vão ler aqui!
Darei o meu máximo, não sei se sempre, mas farei o possível! :)

21 de setembro de 2010

Aos 16.

- Alô? (...) Sim, ela mesma. (...) Chama-se João Fernandes. (...) Ahn? Como assim? Que horas?
“Não pode ser...”. Voz fria, triste; mãos gélidas, trêmulas; coração doendo, sangrando.
Não acreditava que aquilo estava acontecendo. Não podia permitir que se tornasse verdade um fato que para ela era inacreditável.Sem ao menos perceber, já desligara a chama do fogão e pegara as chaves de casa. Porta afora, lá estava ela. Nas ruas. Sem se deixar lembrar que a porta da sua humilde casinha ficara aberta, que o seu celular estava sobre o colchão, naquele quarto grande o suficiente para caber todos os móveis da casa. Ou quase todos. Não sabia, mas no celular havia um lembrete, uma mensagem, uma ligação perdida. Não sei.
Caminhando em passos lentos e o que lhe fazia companhia era apenas a solidão lado a lado com aquela dor que estraçalhava seu interior.
“Como pode ser?” – era o que se perguntava. “Não, não podia ser.” – sua melhor resposta.
Sem querer pegar o caminho do hospital, seus passos a guiava para lá. Sem ao menos imaginar como seria viver com aquela ausência, ela se sentia sozinha. Literalmente, a pé nesse novo mundo.
Amor como aquele, ela não teria igual. Já estava com 16 anos e a única coisa que queria era viver com ele, ser feliz com ele o ajudando como e quando precisasse.
Cabeça baixa, dor interior, choro incessante e lágrima no olho. Uma única lágrima que escorria. Era árdua.
De repente, cabeça erguida e seus olhos conseguem alcançar algumas letrinhas em vermelho. Num prédio branco. Duas entradas, ou três. Hospital São José. Lá estava ele.
Uma punhalada forte é sentida no peito. Mas ela era forte e precisava entrar para reconhecê-lo.
- E então? – Foi o que perguntou o enfermeiro ao levantar um pano branco e sujo que estava sobre seu rosto.
Era ele! Não acreditava! Seus olhos não conseguiram conter as lágrimas, mas não soltava nenhum som. Enquanto isso, os olhos dele permaneciam fechados. Intactos. Sua boca também. Infelizmente, não podia nem ouvir o último “Eu te amo” que ela sempre se deliciava em seu aniversário, no Natal assim como nos dias comuns. Os mais comuns.
- Sim, é ele! – Com muita dificuldade ela conseguiu responder. Embora não precisasse. Seus olhos, seu sentimento, seu coração já dizia tudo.
Seus passos mais lentos ainda, iam em direção àquela casinha, que antes era aconchegante e que perderia o brilho. Perderia todo o encanto. Perdeu o encanto.
Sua vontade era caminhar mais, mais e mais. Para esquecer tudo. Esquecer a dor e lembrar apenas do seu sorriso, aquele o qual a deixava imensamente feliz. Ela tinha apenas 16 anos. Ela precisava dele ainda. E muito.
A porta ainda aberta a convida para entrar. No fogão, aquele prato simples que ele tanto gostava de comer e que o esperava. E no colchão, o seu presente de 15 anos. Seu celular, mas com uma mensagem: “Filha, eu te amo muito! Estarei sempre contigo, você sabe. Papai.”
E a única coisa que sobrou dele, além das lembranças, era a certeza que aquele sim era um amor verdadeiro. Como ela o ama.

Como ela o amava.

(ana lívia)

24 comentários:

  1. Meu, tu adora fazer isso neh? Me fazer achar que é algo quando no final é outro diferente sem perder o encanto do texto kkk

    Do início até o meio, tive a impressão de que a pessoa em questão seria um amor de adolescência, mas quando cheguei nas últimas linhas fui percebendo gradativamente que era algo ainda mais importante.

    A frase que ele deixou também serviu para fechar com um impacto ainda que já esperado mas inevitável ao leitor. Bem bolado. Se superando cada vez mais, heim!

    Só me resta agora esperar pelo próximo post rs

    Beijão

    ResponderExcluir
  2. Forte. Triste. (...)
    Passou o sentimento que queria passar!
    Está ótimo! :)

    ResponderExcluir
  3. Ai, quase chorei aqui... Sem exagero, é que esse tipo de história pai/filha pegam no meu ponto mais sensível. E eu adoro esse tipo de história, mesmo elas abrindo um buraquinho no meu peito. Enfim, adorei o post, foi tão lindo e a conclusão foi inesperada. Adorei *-*

    ResponderExcluir
  4. Repeti a palavra adorei umas trocentas vezes ali em cima, é porque eu adorei mesmo D: KKKK

    ResponderExcluir
  5. mtlindo e mt triste tb
    obrigada pela visita no meu blog
    tb estou te seguindoo
    bjão

    ResponderExcluir
  6. Gente, que tudo! Eu esperava um final diferente, um namoradinho talvez. Adorei a surpresa, muito talentoso da tua parte! Meus parabéns pelo ótimo texto!!

    ResponderExcluir
  7. Escritora de conto?!?!? Essa habilidade sua eu não conhecia. Parabéns!!!
    Você é D+.
    Bjsss
    Mamãe.

    ResponderExcluir
  8. É... que bom que nem todos os textos são por experiência própria né. rs

    Ficou muito bom :)

    ResponderExcluir
  9. NOssa, fiquei tensa aqui.
    Olha que eu me acho bem insensível, admito. MAs em se tratando de relação pai-filho eu desabo.

    MAis um belo post.
    Beijos =)

    ResponderExcluir
  10. lindo o texto *-* mas bem triste e emocionante.
    Na primeira parte parecia estar narrando um amor de adolscente, mas como a historia foi se desenrolando foi dando a entender a tal relação de pai e filho. muito lindo msm!

    amei o blog. você escreve mt bem!

    ResponderExcluir
  11. obrigada pela visita e comentário seja sempre bem vinda!


    adorei seu blog bjsssssss

    ResponderExcluir
  12. Amei seu blog, muito intenso.

    Bjos e obrigada pela visita!

    ResponderExcluir
  13. Bonito e trágico, acho que é mais ou menos essa expressão que as pessoas usam desde de Romeu e Julieta para determinados textos. Achoq ue a expressão cai bem aqui nesse momento.
    Lindo!

    beijos.

    ResponderExcluir
  14. Meu Deus que texto incrível' fiquei preso até o final e reli para ver se não havia entrelinhas.
    Amei a história e a forma como você a narra.

    Parabens pelo blog. Tudo de bom pra você'
    Seguindo aqui.

    ResponderExcluir
  15. olha!belo texto.parabéns pelo blog.toh seguindo ok

    ResponderExcluir
  16. Ai, que triste... não estou em condições de ler essas coisas hoje... mas tudo bem, bom post!... E olha, eu tô te seguindo sim, o Blog aqui diz que eu já me conectei ao seu Blog anteriormente.

    Bjs!

    F.

    ResponderExcluir
  17. Sensacional. Muito bem escrito e a história prende qualquer um! Parabéns!
    Seu blog também está muito legal, tô seguindo (:

    ResponderExcluir
  18. Vei quase chorei na moral!
    acabei de receber a noticia que o pai de uma amiga minah tinah morrido e vim aqui ler seu post!
    muiito bom!
    parabéns
    obrigado pela visita la no meu blog!
    to te seguindo!


    http://deunatellha.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  19. ei moça!!! cativante e intenso o seu texto...soube prender a atençao e dar uma ''reviravolta'' no desfecho...
    parabéns!!! muito bom e sutil..
    beijao!!!

    ResponderExcluir
  20. Muito, mas muito belo. Você escreve perfeitamente.
    Fiquei muito emocionada com o texto. Parabéns, seu blog é realmente lindo.

    ResponderExcluir
  21. Nossa !!! Forte!!
    Adorei seu blogg...super intenso!

    ResponderExcluir

E você, tem algo a dizer? :)