Olá, pessoal!

"Todo homem tem direito de pensar o que quiser, de desenhar, de pintar, de cantar, de compor, de escrever o que ele quiser." (Raul Seixas - editado)

Espero que gostem do que vão ler aqui!
Darei o meu máximo, não sei se sempre, mas farei o possível! :)

13 de novembro de 2010

Apenas um conto.

Era uma tarde chuvosa e o meu celular implorava atenção. Me pedia para que atendesse. “Caramba, eu sentirei muito a sua falta! Não vou atender. Não, hoje não!”
Era a única coisa que ela pensava em seu quarto minúsculo. 
E o toque daquele aparelho mudara. Apenas um bip. Apenas uma mensagem.
“Eu preciso de você. Venha, eu te peço, novamente! Ass: seu amor.”
Chave do carro nas mãos. Carteira na bolsa e a bolsa no ombro. As chaves de casa a tomaria tempo demais ao procurá-las. 
E aquele sótão não era mais o mesmo. Solitário.

E lá se foi.
Aquele olhar inesperado de dor. Ela sentia que ele não queria, que doía. Mas era insegura. Pensava que ele pouco importava.
Aquele olhar de tristeza. Irrigado de lágrimas fez com que ela soltasse aquele abraço que tanto queria dar. E deu!
- Vamos?
- Sim, claro. – ela o respondeu.
Soou em tom tão baixinho de voz que ele a olhou, levantou a sobrancelha como uma forma de reafirmar a pergunta.
Ela deu aquela piscada cansada. Demorada. Triste. A qual apenas confirmava o convite.
No carro, lágrimas e sussurros. Aquele sussurro de dor. Era quase impossível segurar aquela vontade de gritar para o mundo. Mas nós conseguimos. Além da chuva batendo no vidro do carro, só se ouvia a dor.
Estação e aquela voz anunciando os horários do trem nos apunhalavam. Uma voz pausada e agonizante.
Caminhamos até a porta do trem. Ele com aquela mochila antiga. E linda. Mas, velha. Seu all star preto e básico já molhado. Seu jeans cobrindo além da meia, o cadarço e também a imundice dos seus passos. Camiseta branca com um desenho qualquer. Não me atentei aos pequenos detalhes.
Meu guarda-chuva nos cobria. Só a metade do corpo mesmo. Mas nós nem importávamos.
Não sei se era impressão, mas o céu tendia a escurecer. A cada passo estreito, rumo ao trem, uma nuvem a mais aparecia ainda mais carregada. De lágrimas, talvez.
Aquela despedida foi a pior de todas. Aquele silêncio foi o mais doído. Aquela perda foi a pior de todos os tempos.
E quem sabe, se eu tivesse resistido àquela mensagem tudo poderia estar diferente.
E tudo seria diferente. Até mesmo o final e a moral desse conto.




(ana lívia)

7 comentários:

  1. Adorei o conto! Cheio de uma incerteza e de um certo mistério... num so nenhum especialista no assunto, mas achei muito bom! Gostei muito...
    Bjo
    :)

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  2. Muuuuuuuuuuuuuuuuito bom! De verdade! Haha!
    Parabéns!

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  3. Ameeeiiii!! muito bom, profundo, não sei explicar... muito bom, mas triste.
    Amei o blog!
    Parabéns!!!!

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  4. Parabens, bom conto e uma forma dissonante de soluçar algo que se passa no interior.

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  5. Te indiquei ao Prêmio Dardos!
    Da uma olhadinha em meu blog depois!
    Beijo!

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  6. Gosto bastante daqui, por isso, indiquei ao Premio Dardos!
    Passa lá no meu blog e dá uma olhada.
    Beijos ;*

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  7. Tem um questionário lá no meu blog para você: http://recordandopalavras.blogspot.com/2010/11/eu-por-mim-mesma-questionario.html

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