(parte 3 de 3)
Entre trancos e barrancos ela se esforçava para se manter acordada. Era mais forte que ela. Deveria ter bebido muito. Estava cansada, com sono. Afinal, seu dia havia sido o famoso ‘dia de cão’.
Ela relaxa e adormece. Talvez ele sentiria raiva dela. Poderiam curtir mais a noite. Mas não, ela era fraca. O momento que poderia ser um dos melhores entre eles, passaria em branco. E então, ela relaxa. E adormece.
Com o estômago pesado, o corpo doendo e a consciência ardendo ela despertava. Sono profundo. E lá estava ele. Do seu lado. Já eram 2h da tarde e ele respirava fundo. E ela já o amava. Idolatrava. Como poderia ser tão rápido?
- Ah, é o amor! – ela pensara em voz alta.
- Hum? – ele pergunta virando seu corpo para ela.
Assustada! Ela não podia desesperar. Ele não podia notar. Ela não podia gritar. Ele podia maltratá-la.
Seus olhos escuros e tenebrosos a causava medo. Seu corpo representando sua idade a enojava. Cinquentão? Não, ela tinha certeza que era mais do que aquilo!
Caramba, ela tinha apenas 19 anos e estava deitada com o ‘príncipe’ da sua vida! Ele era como um sapo, de tão baixo e gordo.
- Acho que vou embora. Preciso resolver um probleminha lá em casa. Mas, me passa seu celular? – ela queria que ele acreditasse que estava tranqüila.
- Não, linda. Por que a pressa?
- Preciso ir.
Procurou sua roupa e lá estava ele. Seu vestidinho jogado ao chão. Levantou, vestiu-se e pegou suas chaves.
Tchau, era única coisa que ela queria dizer. Adeus, era a única coisa que ela queria ouvir.
Mas não, ele foi atrevido. Quis dizer mais. Ele disse mais.
- Achei que tinha gostado da gente. Meu amigo foi buscar um café para nós. Não quer esperar? Ele gostou tanto de ter transado com você. Eu também, claro. Sem chances de um ‘bis’?
A risada que ele soltou depois de ter dito isso a desmoronou.
Como isso pôde acontecer?
Como ela não teria se dado conta de que estava em uma casa desconhecida?
O que pudera ter acontecido além de ter transado com os dois?
Seu caminho para a casa foi amargo. Amargurado por uma noite ‘perfeita’. Ou melhor, uma noite quase perfeita. Talvez seu vestidinho não fizera o sucesso que ela esperava. Pode ser que ela mude de atitudes ao sair de casa. Possivelmente ela deixaria de sair por um bom tempo. E seu gosto pela tequila, provavelmente, acabaria.
Isso porque ela não sabia que precisaria tanto do número do celular de um deles. O qual? Ela não sabia. Ela não imaginaria.

Sua faculdade estava pelos ares. Seu estágio também, consequentemente. Ela tinha apenas 19 e queria fazer tudo que uma universitária faz. Mas aconteceu tudo que alguma universitária não viveu. Ao menos que ela conhecia, não.
Afinal, enfrentar uma gravidez sozinha seria um tanto quanto difícil para ela.
FIM!
(ana lívia)
Observações:
- Pessoal, eu fiz um
Twitter pra mim. Estou olhando, aos poucos, os donos dos blog's que possuem e estou seguindo. Se alguém tiver, me dê um alô. :)
- Perdão pela minha ausência, tanto no blog de vocês, quanto no meu!
- E quero agradecer a todos que passam aqui frequentemente! :)